Inicialmente lançada em 2012 numa coletânea chamada “Marlindo” (projeto do ilustrador Fabio Lyra em parceria com o selo Transfusão Noise Records, em que as músicas compõem a trilha sonora da HQ de mesmo nome), “Single Ladies” foi uma das primeiras composições da Trash No Star, ainda em 2010, e segue a linha do primeiro disco: com duração de 1 minuto em média, guitarrada punk, gritos, raiva e aquela energia do “faça você mesma”.
A banda decidiu incluí-la no novo álbum para disponibilizá-la nas plataformas digitais, uma vez que “Marlindo” foi lançada apenas no site da Transfusão e em formato de fita cassete.
A música fala sobre ser mulher, querer se divertir e ter a liberdade para fazer isso. “Rola muita identificação com o público, mesmo sendo cantada em inglês porque a letra é bem simples e cantarolável”, diz Lety.
“Quando compus ‘Single Ladies’ eu tava fervilhando nas conexões com outras mulheres, participando de coletivos feministas, iniciando o debate sobre questões de gênero e passando pelo processo de desconectar de alguns padrões de quem cresceu entre os ‘caras'”, completa.
A música foi regravada é relançada em uma nova fase da banda, com nova formação e com a sonoridade que Trash No Star construiu ao longo dos anos, “num momento em que repensamos muita coisa, aproveitamos para dar uma amostra do novo disco (que vem de um processo mais cuidadoso e introspectivo)”.
“Single Ladies” faz parte do terceiro álbum da banda, “Existir é Resistir”, que será lançado em 2024 pelo selo Efusiva e Coletivo Lança.
Ouça aqui:
Trash No Star foi formada em 2010, na baixada Fluminense, RJ, pelo casal Letícia Lopes (guitarra e vocal) e Felipe Santos (guitarra e vocal), que já tocavam juntos em projetos desde a adolescência, quando ainda eram apenas amigos.
Durante a história da banda, os lançamentos – Single Ladies (2013) e Stay Creepy: (no)Summer Hits (2014) -, shows e participações em festivais foram intercalados com a rotina caótica de ser pai e mãe de três crianças junto da participação na administração da Motim, casa cultural que nasceu em Agosto de 2016.
Em 2018 Pedro Millecco assume as baquetas, em 2021 Mara Chantre assume o baixo e Felipe vai para a guitarra, dando início à formação que a banda sempre teve em mente: com uma guitarra exclusivamente focada em fazer noise.
Seguindo a cartilha do underground estadunidense dos anos 80 e 90, cheio de riffs de guitarras distorcidas, microfonias, punk e lo-fi, a banda tem como principais influências Sonic Youth, Babes in Toyland, Mudhoney, Flaming Lips, Dinosaur Jr. e L7.
Trash No Star acredita na possibilidade de fazer música para diversão e conscientização. A banda foca em temáticas psicológicas e políticas, entendendo que discurso e prática devem sempre andar de mãos dadas.
Trash No Star é:
Letícia Lety – guitarra e vocal
Felipe Santos – guitarra e vocal
Pedro Millecco – bateria
Mara Chantre – baixo
Fotos: Hanna Halm
Produção: Trash No Star e Lizz Mariano
Mix e master: Lizz Mariano
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