Pedro Mann faz um retorno às suas origens ao mesmo tempo que dá um passo adiante no seu mais novo disco, “Salineiras”. O cantor e compositor carioca remonta às canções pessoais de sua estreia, “O Mundo Mora Logo Ali” (2013), e constrói sobre a maturidade sonora de “Cidade Copacabana” (2016) para criar um trabalho onde as letras intimistas, de grande entrega e vulnerabilidade, são embaladas por instrumentos acústicos em arranjos sofisiticados. O trabalho já está disponível para streaming.
Ouça “Salineiras”: https://tratore.ffm.to/
O amor continua guiando o cancioneiro de Pedro Mann, que desde sua estreia solo surge na temática das canções, sejam elas minimalistas, sejam potencializando sua vocação pop. Essa visão urbana e moderna dos relacionamentos ganha em “Salineiras” um olhar sob o prisma de uma reflexão sobre as idas e vindas das marés, sobre dar a volta por cima e sobreviver às arrebentações. Convidando o ouvinte a navegar pelas ondas – ora de tormenta, ora de calmaria -, Mann embarca em uma jornada sobre sua própria busca por um norte.
“‘Salineiras’ é um disco muito íntimo e autoral, 8 canções muito pessoais que foram registradas do jeitinho que sempre quis – com cordas, sopros e uma banda maravilhosa. Nunca consegui separar minhas vivências pessoais da minha arte e ‘Salineiras’ vem curando algumas feridas antigas, tem alguma coisa que descansa, que decanta. É também sobre delicadeza, sobre um processo de amadurecimento importante pra mim, uma jornada interna de navegar além pra depois voltar para casa. É necessário tempo para que esse resgate aconteça, essa volta pra dentro de si. Pra saborear o sal é preciso deixar que a água evapore e esperar que o sol seque o mar”, analisa o artista.
A passagem do tempo é o catalisador de todo esse processo criativo. Indo além da MPB e rock do primeiro disco, do clima eletrônico e moderno do segundo, o novo trabalho bebe do folk e de ritmos tradicionais brasileiros, usando de orquestras de sopro e cordas para criar novas texturas até então inéditas em sua sonoridade, aqui fortemente embalada pelo violão. “Salineiras” encontra na água o seu simbolismo renovador, e no sal o realçador de sabores e dissabores da vida. Tudo foi guiado pelo produtor Rodrigo Vidal (Marisa Monte, Maria Gadú, Paulinho da Viola).
O trabalho vem para coroar uma trajetória já de destaque no cenário nacional da nova música brasileira. Conhecido por projetos como o Bondesom, Pedro é um baixista que já dividiu o palco com Gilberto Gil, Roberta Sá, Forróçacana e Geraldo Azevedo. Seu primeiro disco solo foi lançado em 2013. “O Mundo Mora Logo Ali” trazia canções autobiográficas e tratava de questões interiores.
Assista a “Nó”: https://youtu.be/gqBUSylBV6E
Assista a “Faz Tempo”: https://youtu.be/tHK8bll-KCE
No seu segundo lançamento, “Cidade Copacabana” (2016), Mann olhava para o entorno em canções urbanas que remontam ao imaginário de um bairro com dimensões de cidade, onde passou a infância e escolheu voltar. Ao longo do último ano, o artista revelou aos poucos algumas canções de “Salineiras”, como “Todo fim é recomeço”, “Nó” e “Faz Tempo”, além do single “Pela Janela”, onde reflete sobre o período de isolamento atual, bem como um remix de Marcelinho da Lua para a sua faixa “Onda do Mar”, que também ganhou um clipe.
Assista a “Pela janela”: https://youtu.be/tubV7HFSwpo
Assista a “Onda do mar”: https://youtu.be/eBYYzcoUMA4
Agora, “Salineiras” costura todos esses caminhos e inaugura um novo capítulo para Pedro Mann. O álbum marca sua primeira colaboração com o produtor Rodrigo Vidal e recebe participações especiais de músicos de destaque no cenário carioca. O disco já está disponível nos principais serviços de streaming de música através do selo Pomar.
Ouça “Salineiras”: https://tratore.ffm.to/
Ficha técnica
Salineiras foi gravado no estúdio Casa do Mato (RJ) entre janeiro e agosto de 2019. Produzido, gravado e mixado por Rodrigo Vidal.
Gravações adicionais: Ronaldo Lima. Assistente de gravação: Erik Valentim
Banda:
Pedro Mann: Voz e baixo elétrico
Ricardo Rito: Teclado
Pedro Silveira: Guitarra e violão de aço
Carlos Sales: Bateria
Joana Queiroz: Clarinete
Antonio Guerra: arranjo e regência de cordas*
Quarteto Atlas: Cordas
Violão: Ricardo Amado Da Silva
Violino:Carlos Roberto Mendes
Viola: José Ricardo Vöelker Taboada
Violoncelo: Pablo de Sá
Gilson Santos: Trompete
Yuri Villar: Sax tenor
Jonas Hocherman: Trombone
Fernando Caneca: Violão Tenor
Marcelo Cebukin: Flauta
Tiago Didac: Percussão
Pablo de Sá: Violoncelo
Aline Gonçalves: Flauta
Luis Barcelos: Bandolim
Aquiles Moraes: Fluegel
Selo: Pomar
Fotos: Fernando Young
Projeto Gráfico: Cubículo
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