Após chamar atenção com sua mescla intensa de ritmos brasileiros e guitarras no disco de estreia, a banda Overdrive Saravá começa a revelar seu segundo álbum, “CIGARRA”, a ser lançado em 2021. O primeiro single traz uma parceria do grupo com o cantor e compositor André Prando, recriando juntos “João do Amor Divino”, de Gonzaguinha. Unindo rock e MPB com tons de progressivo, eles mostram o quanto essa canção se mantém atual no Brasil de 2021.
Ouça “João do Amor Divino”: https://ffm.to/
A letra narra uma história de miséria e batalhas diárias de um pai de família para colocar comida na mesa – uma situação que perdura até hoje para muitos brasileiros. A atual pandemia expôs ainda mais essas desigualdades e Overdrive Saravá volta às temáticas sociais e de visibilidade dos “invisíveis”, porém trazendo uma nova perspectiva para esse segundo trabalho.
“Abordar temas sociais e concepções de territórios, internos e externos, repensar a cidade, os diferentes divinos que habitam e a relação do sincretismo religioso na sociedade. As letras seguem sendo uma grande reflexão e manifesto, mas com sutilezas artísticas, o que as diferencia de um teor jornalístico, por exemplo”, explica o vocalista e percussionista Gregory Combat. Além dele, a banda é formada por Thiago Henud (guitarra), Matheus Freire (baixo) e Caio Dalmacio (bateria).
Overdrive Saravá foi de um projeto que nasceu entre amigos de faculdade para se tornar um dos expoentes da música feita no RJ. Baseada em Niterói, a banda está na ativa desde 2012 e lançou em 2016 seu primeiro álbum, homônimo, chamando atenção da mídia especializada e marcando presença nas listas de melhores lançamentos daquele ano. Já mirando no sucessor desse trabalho, Overdrive venceu o primeiro concurso Toca Que Eu Te Escuto, onde ganhou horas de estúdio para trabalhar em “CIGARRA” e enfrentou mais de 100 outros inscritos.
A ideia de cruzar ritmos, gêneros e intenções artísticas segue forte no DNA do projeto, agora abarcando mais referências, influências, tempo de estrada. A partir de parcerias e trocas com artistas de diversas áreas – artes cênicas e plásticas, dança e audiovisual -, surgiu um trabalho que busca no folclore, na música e nas tradições brasileiras a sua expressão.
Esse olhar se traduz até na capa de cada single e também do álbum, culminando em uma ilustração da cigarra do título – que, na analogia das canções, canta para anunciar dias melhores. Unindo antigos e novos parceiros, o grupo gravou no Estúdio Quintal, de Renan Carriço, também responsável pela mixagem; e tem a produção de “CIGARRA” assinada por Jan Santoro, ambos membros da banda Facção Caipira. Além de André Prando, participarão Julia Sorrentino (em “Entrevero”) e Gilber T (em “Pau D’arco”). João Brasil assina os vídeos e teasers, enquanto Mulambö cuidou de todas as artes de capa e fotos de divulgação.
O disco será lançado em breve após uma série de singles. Enquanto isso, é possível ouvir “João do Amor Divino” nas plataformas de música, em um lançamento do selo Camarada.
Ouça “João do Amor Divino”: https://ffm.to/
Ficha técnica
Gravado no Estúdio Quintal por: Renan Carriço
Produzido por: Jan Santoro
Mixagem: Renan Carriço
Masterização: Lisciel Franco
Distribuição: Selo Camarada
Participação especial: André Prando
Vídeo/Teasers: João Brasil
Arte da capa/singles/foto de divulgação: Mulambö
Gregory Combat – Voz/Percussão
Thiago Henud – Guitarra
Matheus Freire – Baixo
Caio Dalmacio – Bateria
Rafael Barros – percussão
Letra
39 anos de batalha
Sem descanso
Na vida
19 anos
Trapos juntos
Com a mesma rapariga
9 bocas de criança para encher de comida
Mais de mil pingentes na família para dar
Guarida
Muita noite sem dormir na fila do INPS
Muita xepa sobre a mesa
Coisa que já não estarrece
Todo dia um palhaço dizendo que Deus dos pobres nunca esquece
E um bilhete mal escrito
Que causou um certo interesse
É que meu nome é
João
Do Amor Divino de Santana e Jesus
Já carreguei
Num guento mais
O peso dessa minha cruz
Sentado lá no alto do edifício
Ele lembrou do seu menor
Chorou
E mesmo assim achou
Que o suicídio ainda era o melhor
E o povo lá embaixo olhando o seu relógio
Exigia e cobrava a sua decisão
Saltou sem se benzer por entre aplausos e emoção
Desceu os 7 andares num silêncio de quem já morreu
Bateu no calçadão e de repente
Ele se mexeu
Sorriu e o aplauso em volta muito mais cresceu
João se levantou e recolheu a grana que a platéia deu
Agora ri da multidão executiva quando grita:
“Pula e morre, seu otário”
Pois como tantos outros brasileiros
É profissional de suicídio
E defende muito bem o seu salário!
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