Um romance extremamente pitoresco, Bandini é um jovem nascido nos Estados Unidos, filho de imigrantes italianos que vive em conflitos com a mãe e a irmã que são carolas da igreja católica. Imaginando ser um escritor consagrado, embora trabalhasse em um fábrica de peixes enlatados, devorava livros de filosofia, mesmo sem entender muita coisa, de Nietzsche a Schopenhauer, costumava ser prolixo com seus familiares e colegas de trabalho.
O livro inteiro é uma viagem pelo fluxo de consciência de Bandini, que oscila entre um cara bacana e um babaca. Mesmo combatendo a ignorância e a trivialidade, segue preso à realidade. Então, refugia-se em sua criatividade. No dia a dia repleto de imaginação, Arturo pode ser o Matador Negro da Costa do Pacífico, o fiel informante de Roosevelt, o responsável pelo declínio da Civilização da Formiga, ou o grande amante das mulheres de papel, com quais se encontra dentro do guarda roupa. Ele é doce, ácido e despreza os valores humanos, mas é deles que se alimenta.
O caminho de Los Angeles é parte do Quarteto Bandini, que narra episódios da história de Arturo Bandini, alter ego do autor. Uma leitura divertida e que prende o leitor com a fluidez do romance, altamente indicado pela equipe do Duofox!
Este romance apresenta o alter ego de Fante, Arturo Bandini, que reaparece em Espere a primavera”, Bandini (1938), Pergunte ao pó (1939) – ambos lançados pela José Olympio – e Sonhos de Bunker Hill (1982). O manuscrito, de 1936, foi descoberto entre os papéis de Fante depois de sua morte, por sua viúva, Joyce, e pode agora ser incluído naquela lista curta e destacada dos romances de estreia mais importantes de autores americanos.
Sobre John Fante
John Fante começou a escrever em 1929 e publicou seu primeiro conto em The American Mercury em 1932. Publicou inúmeros contos em The Atlantic Monthly, The American Mercury, The Saturday Evening Post, Collier’s, Esquire e Harper’s Bazaar. Seu primeiro romance, Espere a primavera, Bandini, foi publicado em 1938. No ano seguinte, lançou Pergunte ao pó. Foi acometido de diabetes em 1955 e as complicações da doença provocaram-lhe a cegueira em 1978, mas ele continuou a escrever, ditando os textos à sua mulher, Joyce. O resultado foi Sonhos de Bunker Hill (1982). Morreu aos 74 anos, em 8 de maio de 1983.
seja o primeiro a comentar