No país das últimas coisas somos levados a refletir sobre o futuro da humanidade. O livro de Paul Auster, publicado em 1987, é a fábula mais atual que um escritor poderia conceber sobre um mundo pós-apocalíptico. Falar sobre o fim da civilização é um tema interessante, muito utilizado por escritores e roteiristas.
Nesse livro Auster nos conta a história por meio de uma longa carta de uma jovem, Anne Blume, que deseja encontrar seu irmão desaparecido no País das últimas coisas. Há quem diga que livros estruturados através de cartas se torne maçante, mas nesse livro isso não acontece.
O motivo pelo qual o irmão da protagonista foi parar nesse país e o que o levou a sumir do mapa é um mistério completo. Vemos que a situação desse país é a pior possível. Diferente de um caos envolvendo zumbis, como estamos acostumados a ver em filmes e séries, esse país ainda sustenta uma espécie de governo, polícia e pessoas que fazem o “bem”.
Por outro lado, existem saqueadores, estupradores e loucos insanos que se arremessam do alto de prédios, os membros do que Auster chama de Último Salto, uma espécie de seita suicida. Comida, calor e chuvas devastam tudo e todos. Aos olhos da personagem, o destino é o mais certo possível. Uma morte solitária e triste. Muitas coisas a aguardam ao longo da jornada, nem todas ruins. Outros seres dão corpo a narrativa que carrega o leitor para o caos de atitudes absurdas, lapsos de compaixão e seitas maléficas deturpadoras. A abertura do livro lança o leitor num abismo sem volta.
“Estas são as últimas coisas, escreveu ela. Uma a uma, vão desaparecendo para nunca mais voltar. Podia lhe falar nas que vi, nas que já não existem, mas duvido que haja tempo. Tudo vem acontecendo muito depressa, já não consigo reter os fatos.”
Difícil dizer que esse é um dos melhores livros de Paul Auster pois sou fã declarado. Mas com certeza ele encabeça a lista dos 3 melhores que já li. Segue o link de outras resenhas que estão no duofox caso você queira saber mais sobre esse baita escritor.
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