Moby Dick, uma metáfora da busca pela perfeição

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Pouco tempo antes de sua morte, em Setembro de 1891, Herman Melville não passava de uma névoa no universo literário americano. Segundo dados biográficos, poucas pessoas fora de seu convívio social tomaram conhecimento de seu falecimento. Entretanto, Melville, assim como Hemingway, Jack London e tantos outros escritores, teve uma vida marcada por aventuras e experiências únicas, que refletiram indiscutivelmente em sua obra.

Foi das inúmeras viagens a bordo de navios baleeiros que Melville fez nascer sua mais brilhante obra, e um dos maiores romances já escritos até hoje, que se destaca pelos temas que levam os leitores a uma série de reflexões filosóficas, religiosas e sobre a condição humana.

Obra prima da literatura norte americana, Moby Dick narra a trajetória do capitão Ahab e sua tribulação, a bordo do baleeiro Pequod, à caça da baleia branca, Moby Dick. O enorme cachalote branco, que domina as profundezas marítimas, é uma metáfora da busca pela perfeição, conhecimento e ponto central de diversos simbolismos. A longa epopéia pode ser lida como um grande documento filosófico e também um imenso relato da tragédia humana.

O capitão Ahab, que comanda o Pequod, é um personagem duro, profundo e cheio de heroísmo, mas sua obsessão e sede pela captura de Moby Dick o transformam em um homem ainda mais brutal e insano, e à medida que a narrativa avança vamos sendo apresentados a um dos mais intrigantes personagens da literatura mundial.

William Faulkner afirmou certa vez: “Moby Dick é um livro que eu gostaria de ter escrito.” Com grande veemência, Faulkner apontava Moby Dick como uma narrativa de tamanho descomunal. Tão grandiosa é a obra que, após sua leitura, boa parte dos leitores tende a se sentir exausto, como se tivesse acabado de enfrentar uma enorme baleia.

Não é risco algum dizer que a leitura de Moby Dick é obrigatória.

Embora seja um longo romance, beirando as 600 páginas, o embate entre o bem e o mal, o duelo entre o homem e a natureza, a luta entre filosofia e religião, a profunda amizade entre os marujos, a obstinação do capitão Ahab, e as discussões sobre a essência da vida, com certeza valem a pena quando nos deparamos com um dos maiores romances do século XIX.

Felipe Terra Escrito por:

Professor e amante da arte literária, atua na área da educação desde 2011. Viciado na música de Bach, Mozart e Chet Baker, e na literatura de Raymond Chandler, Ross Macdonald e Paul Auster. Ama escrever e acredita que poderia ler mais, porém, precisa dormir, infelizmente. Consegue passar horas jogando pôquer ou xadrez com os amigos. Degustar pizzas de queijo e bacon é um dos passatempos prediletos em horas de fome extrema.

Um comentário

  1. Fernanda
    fevereiro 6, 2015
    Responder

    Um dos melhores livros, que ja li na vida !
    Duofox ja se tornou essencial para minhas escolhas para a próxima leitura.

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