Escrito em um ritmo vertiginoso e eletrizante, Luna Caliente, de Mempo Giardinelli é leitura obrigatória para quem gosta de suspense e um excelente drama policial. Giardinelli nasceu na província argentina de Resistência, em 1947, e é sem dúvidas um dos grandes nomes da literatura latino-americana contemporânea.
Premiado em diversos países, Mempo Giardinelli dispensa comentários quando o assunto é a escrita. Sua capacidade de criar enredos densos e de crescente suspense é algo que torna suas obras, indispensáveis exemplos de como criar ficção.
Em Luna Caliente, cujo pano de fundo é a repressão ao comunismo na Argentina, conhecemos a história de Ramiro, um respeitado advogado que, depois de muito tempo morando em Paris, retorna à suas raízes, a região do Chaco Argentino, para se estabelecer profissionalmente.
Porém, durante um jantar na casa de Carmem e Braulio, um velho e beberrão médico aposentado, e antigo amigo de seu pai, Ramiro conhece a jovem e bela Araceli, filha do casal.
Esse encontro é somente o ponto de ignição para toda a trama o romance. Uma névoa diabólica e sensual parece envolver a jovem de apenas 13 anos, e que desperta em Ramiro, um homem maduro, uma estranha obsessão, que o lançará num caminho de perdição e loucura.
A narrativa caminha em crescente suspense, alimentada por cenas de sexo cru e violento, alucinações, assassinato e reviravoltas que deixam até mesmo os leitores acostumados com tramas policiais, atordoados, perdidos em um labirinto sem fim.
Por fim, não chega a ser exagero dizer que é impossível ler Luna Caliente e não se sentir sufocado pelo clima quente e sensual que parece saltar das páginas, capítulo após capítulo. Um livro de leitura alucinante e construído de maneira magistral. Certamente uma das melhoras narrativas latinas da atualidade.
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