Nascido 19 de Dezembro de 1916, o grande poeta Manoel Wenceslau Leite de Barros, citado como da geração de 45 (Modernismo brasileiro), mas próximo das vanguardas europeias do inicio do século XX. Recebeu muitos prêmios literários, dentre eles dois Jabutis.
Homem viajado, solidificou sua cultura em suas andanças pelo mundo afora, viveu na Bolívia e no Peru, também em Nova York morou 1 ano, onde estudou pintura e cinema. É fã de carteirinha do Chaplin.
Morou metade de sua vida no Rio de Janeiro, onde se casou e formou-se em Direito (ou se preferir, esquerdo, pois não conseguia defender ninguém, “Não conseguiria defender meus clientes, sequer me defendia”). Só voltou para Corumbá (MS) na década de 60 e por lá ficou.
Pintores como Van Gogh ,Picasso, Miró, Chagall, Braque vieram a acrescentar liberdade aos seus poemas. Logo se surpreendeu com a arte moderna, sendo esta bote salva-vidas da diferença. Sua poesia é alimentada por imagens, de quadros e de filmes. Amante do cinema de Federico Fellini, Akira Kurosawa e Luis Buñuel.
Seu primeiro livro foi publicado na terra da Feijoada, há mais de seis décadas, chamado “Poemas concebidos sem pecado”. Foi feito artesanalmente por 20 amigos, numa tiragem de 20 exemplares e mais um, que ficou com ele.
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou – eu não aceito.Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.Manoel de Barros
Atualmente o poeta é reconhecido mundialmente como um dos poetas mais originais do século e mais importantes da nossa nação. Guimarães Rosa, comparou os textos de Manoel Barros a um “doce de coco”. Outra comparação foi feita a São Francisco de Assis pelo filólogo Antonio Houaiss.
Grande parte de sua carreira literária (diga-se de passagem) aconteceu na surdina, sem alarde publicou inicialmente suas obras em pequenas tiragens artesanais.
“Sou muito orgulhoso, nunca procurei ninguém, nem freqüentei rodas, nem mandei um bilhete. Uma vez pedi emprego a Carlos Drummond de Andrade no Ministério da Educação e ele anotou o meu nome. Estou esperando até hoje“, conta.
Para conhecer melhor assista o documentário, Só dez por cento é mentira(2008)
“Noventa por cento do que escrevo é invenção. Só dez por cento é mentira”. Manoel de Barros
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