hugo transforma disco “Humaniora” em impactante curta-metragem

Hugo Noguchi amplia a identidade de seu projeto solo, hugo, com um curta-metragem que transforma seu disco de estreia, “Humaniora”, em uma experiência audiovisual completa. Colocando em primeiro plano o caráter imagético, atual e urgente desse trabalho, o vídeo vai da banalidade do cotidiano ao surrealismo quase distópico ancorado na realidade do Brasil de 2022, com todas as suas desilusões.

Assista a “Humaniora”: https://youtu.be/UxHMBoM65Tw 
Ouça “Humaniora”: https://tratore.ffm.to/humaniora 

Na versão do álbum lançado em 2021, “Humaniora” tem 20 faixas. No curta, seus 47 minutos de duração são transformados em 15. É tempo mais que suficiente para levar hugo por cenários tão variados quanto uma cachoeira, uma mata, espaços domésticos e urbanos. Com um roteiro construído por William Freitas, hugo e Iago Gomes – este último, também responsável pela direção e fotografia -, o filme não esconde suas referências. 

Visualmente, “Humaniora” vai de “Anima”, de Thom Yorke, a “Beyoncé”, álbum visual da cantora americana. De Yoko Ono a Wong Kar Wai; de “Minari”, de Lee Isaac Chung, a “Tenet”, de Christopher Nolan. As referências textuais são da vivência pessoal de hugo e da experiência nipo-brasileira e gaijin das últimas décadas, passando pela literatura mundial (“A Montanha Mágica”, de Thomas Mann; “Another Country”, de James Baldwin; Yukio Mishima; “Cidades Invisíveis”, de Ítalo Calvino); mitologia grega; Tao te Ching e Bojack Horseman. 

Já as inspirações musicais são Bjork; “Tábua de Esmeralda”, de Jorge Ben Jor; rock inglês, Elliott Smith, Thundercat, Flying Lotus, J Dilla, Clube da Esquina; “Donda”, de Kanye West. Por fim, hugo reúne influências dos filmes do Studio Ghibli até jogos de Super Nintendo e PlayStation One.

São 20 faixas onde o artista constrói sobre a sonoridade apresentada em singles e compactos revelados entre 2018 e 2019, como “SATORI / VAZIO”, “Raízes / Tela em branco” e “Não sou daqui”, este último uma reflexão sobre suas raízes japonesas com um clipe gravado durante uma viagem à terra natal de seu pai. Todas essas camadas ressurgem em “Humaniora“, porém sob um novo prisma. Com uma ousada abordagem literária para a música, o carioca de criação paraense faz de cada faixa um capítulo onde a trama surpreende e o mergulho é profundo.

Sobre o artista:

Baixista de destaque entre a nova geração da cena independente nacional, Hugo Noguchi é muitos em um: responsável pelo groove de projetos que marcaram o cenário – como Ventre e Posada e o Clã – e de grupos que seguem desafiando os padrões do rock – como o experimental SLVDR -, ele desponta como um instrumentista e produtor de vanguarda. Agora também assumindo as funções de cantor e compositor de seu próprio trabalho solo, o artista ressurge como hugo e apresenta seu trabalho de estreia, “Humaniora”, já disponível para streaming.

Ficha técnica
Direção e fotografia por Iago Gomes; 
Roteiro por William Freitas, Hugo Noguchi e Iago Gomes; 
Produção por William Freitas; 
Assistente de produção por Luiza Catalani; 
Composição, produção musical e mixagem por hugo; 
Masterização por Ramiro Mart no Studio Setor. 

Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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