Chet Baker – a lenda do Cool Jazz!!!

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Chet Baker é uma figura lendária dentro da história do Jazz. Apelidado em sua época de Miles Davis branco, Chet Baker é um dos principais músicos do cool jazz, conhecido também como West Coast Jazz, estilo que desfilou pela atmosfera quente da Califórnia em meados dos anos 1950.

Por mais introspectivo e contido que seja, enquadrar e associar o cool jazz como uma espécie de jazz “frio”, sem swing ou mesmo sem alma, é quase um sacrilégio. Chet Baker e outros músicos de sua época, como Gerry Mulligan, Miles Davis e Stan Getz, deixaram um legado grandioso, com gravações cool de ritmos ágeis e intensos solos sincopados, que são verdadeiras obras-primas do Jazz moderno.

Como em toda história da música, não diferente no jazz, a figura do músico e sua vida é extremamente importante para tentarmos decifrar sua música, embora no caso de Baker, essa seja uma árdua tarefa.Dono de um rosto belo, uma espécie de James Dean, Chet Baker era um elegante jovem com um talento excepcional no trompete e dono de uma voz doce, suave e que influenciou cantores como Caetano Veloso, Gal Costa entre outros.

Durante sua vida, repleta de romances conturbados, encontros com jazzistas famosos da época, como Bill Evans e Charlie Parker, Chet Baker acabou conhecendo, na década de 60, outro universo além do musical. As drogas arrastaram o precoce e talentoso “garoto” para uma experiência que marcaria sua vida para sempre. Seu rosto branco e liso, de feição terna, quase angelical, viu-se de um momento a outro, transformar-se em um rosto duro, cansado e cheio de erosões.

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O próprio Chet Baker, em suas Memórias Perdidas, relata as dificuldades que a heroína, cocaína e outros estimulantes lhe trouxeram, e as atrocidades que cometia e enfrentava para conseguir manter-se vivo e ativo musicalmente.

Os períodos que costumava passar encarcerado, de cadeia em cadeia, as crises de abstinência entre um show e outro e dividas que só aumentavam com o passar do tempo, fizeram com que ele experimentasse o sublime céu da música, e o beco escuro e infernal do mundo das drogas.

Chega a soar estranho dizer que, apesar de todos esses problemas, o gênio Chet Baker ainda conseguia tirar de seu trompete, um som pungente, limpo, gracioso, simplesmente único.

Segundo depoimentos e livros sobre a história do Jazz, a morte de Chet Baker foi e ainda continua sendo um mistério. Teria ele se suicidado? Teria se drogado tanto a ponto de não ter mais consciência e despencar da janela de um hotel em Amsterdã? A hipótese de assassinato chegou a ser cogitada, visto que eram constantes os contatos de Chet Baker com traficantes, cujas dívidas apenas aumentavam para sustentar seu vício desenfreado.

Com essa nuvem de mistério, certo é que, na noite de 13 de Maio de 1988, ironicamente uma sexta-feira, aos 58 anos, a vida de um dos maiores nomes do jazz chegou ao fim. Nunca mais sua voz e o som aveludado, triste e limpo de seu trompete seriam ouvidos nos palcos dos bares, das casas de shows e acima de tudo na vida de seus admiradores e amigos.

A vida de Chet Baker, segundo amigos e sua própria esposa, Carol Baker, foi uma vida intensa.Nas palavras do discógrafo dinamarquês, Hans Lerfeldt, Chet Baker teve uma vida marcada pelo mistério. “Ele surgiu para nós como um mistério e foi-se como um mistério.”

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Para quem quiser saber mais sobre o universo do Jazz e a vida de Chet Baker, segue abaixo alguns links:
Memórias Perdidas. Chet Baker, pela Zahar Editor, 2002.
Todo Aquele Jazz de Dyer Geoff, pela Companhia das Letras, 2013.

Felipe Terra Escrito por:

Professor e amante da arte literária, atua na área da educação desde 2011. Viciado na música de Bach, Mozart e Chet Baker, e na literatura de Raymond Chandler, Ross Macdonald e Paul Auster. Ama escrever e acredita que poderia ler mais, porém, precisa dormir, infelizmente. Consegue passar horas jogando pôquer ou xadrez com os amigos. Degustar pizzas de queijo e bacon é um dos passatempos prediletos em horas de fome extrema.

2 Comentários

  1. março 25, 2015
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    Texto polido, ótimas referências, parabéns pelo talento usado em prol a um dos grandes nomes do Jazz!

  2. Grande Lenda das vertentes mais revolucionarias e sofisticadas do Jazz, este ritmo profano e infernal, assim como o rock na geral!!Me lembrei de uma coisa: “Do sagrado veio o profano”. (anônimo) – marcio “osbourne” silva de almeida – jlle/sc

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