As narrativas de Balzac são um prato cheio para aqueles leitores mais refinados. O autor francês, que viveu entre os anos de 1799 e 1850, foi uma peça fundamental na construção do Realismo moderno na literatura francesa e mundial, e deixou inúmeras obras para rechear estantes.
Produtor fecundo de textos cuja temática vai além do romance e ambientes parisienses tradicionais, Balzac compôs uma série de novelas e romances, reunidos em sua obra monumental, Comédia Humana, conhecida por todos os amantes da boa literatura da terra dos grands romances parisiennes.
AS NARRATIVAS DA GRANDE COMÉDIA HUMANA
Em particular, é interessante destacar três breves novelas que compõem parte da Comédia Humana.
Nessas narrativas, todas com o pano de fundo das guerras napoleônicas, o leitor se depara com novelas curtas e que contém a marca de um escritor que parecia ter na alma o dom de contar boas histórias sem entregar tudo de mão beijada.
Uma paixão no deserto
Narra uma grande aventura e uma peculiar amizade entre um soldado que fica a deriva num deserto e um felino negro, uma pantera. O que se segue após o encontro dos dois é algo incomum e praticamente nunca visto na literatura.
O carrasco
É uma narrativa difícil do ponto de vista psicológico e social, pois aborda o extermínio de uma família espanhola.
A estalagem vermelha
Conta como dois amigos, que por um infortúnio tornam-se cúmplices de um crime e acabam tendo destinos distintos.
Assim como Machado de Assis, a maneira como Balzac constrói o texto, coloca as personagens em situações e ambienta o leitor, tornam a experiência de leitura prazerosa.
PARA QUE LER ESSAS NARRATIVAS DE BALZAC?
Então, portanto, ler as novelas citadas aqui, darão ao leitor uma pequena, minúscula noção do que é estar diante de um dos maiores nomes da literatura francesa.
E além, é claro, de degustar de três narrativas onde não faltam mistério, suspense e tensão, tudo sendo entregue ao leitor de modo que, ao final, tenhamos na cabeça as únicas perguntas possíveis.
O homem pode matar sem remorso ou impunemente? Como não percebi esse desfecho antes?
Os tramas também são ótimas para reflexão sobre egoísmo, ambição, erros e acertos e principalmente sobre o instinto de sobrevivência, algo que, cá entre nós, está em alta nos dias em que vivemos.
Outras obras de Honoré de Balzac
A mulher de trinta anos
Ilusões Perdidas
O Coronel Chabert
Eugênia Grandet
Imagem de topo desse artigo (Pintura) Um jantar de filósofos, de Jean Huber (1772)
A semana – Crônicas escolhidas e a importância da obra de Machado de Assis
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