Artes plásticas, engajamento e muita velocidade com Pinscher Attack

1-Antes de qualquer coisa, fale um pouco sobre o surgimento do Pinscher Attack?
Opa! Nós nos conhecemos através da música aqui em Monte Azul Paulista/SP, eu (Danilo) tocava em uma banda com meus primos, era tipo um punk`a`billy e a Thaysa tocava numa banda de pop rock, mas nossas bandas eram daquelas que ensaiam a cada 3 meses e nunca fazem shows e nem gravam se liga? Quando começamos a namorar já falávamos muito de fazer um projeto juntos pra levarmos mais a sério, e no começo de 2011, logo depois do nascimento do nosso filho montamos o QUE MIRAS CHICÓN, um duo que misturava punk com música caipira, ficamos uns 6 anos mandando bala nesse projeto até que chegou a hora que não estávamos mais nos divertindo ali. Ficamos um tempo parados e a Thaysa, que sempre mexeu com artes visuais, começou a fazer trabalhos muito focados na saúde mental e logo pensamos que seria uma boa pegada prum novo duo, um novo projeto, daí nasceu o Bugio Casal que depois mudamos o nome para PINSCHER ATTACK.
A Thaysa atende pelo nome artístico de TINCO, muitos trampos feras.

2- Quais as influências da banda?
Ratos de Porão, Leptospirose, Retox e Iron Reagan.

3- Porque um duo e como a logística de um duo impacta ao marcar shows?
Como já tínhamos essa experiência de banda e de que sempre o integrante mais empenhado tem que levar os outros nas costas, optamos por ficar só nós dois mesmo, na pegada TEST. Isso só teve pontos positivos, principalmente pela logística. Falta um baixo? Falta! Mas tentamos suprir nos shows com uma segunda linha de guita gravona no ampli de baixo e com velocidade.

 

4- Como é ser guitarrista e baterista numa formação de duo?
Po! Achamos bem da hora, a gente se completa ali. Pro nosso som é o que precisa. Acho que por sermos um casal não caberia a terceira pessoa. A sinergia é muito grande.

5-Os Ep’s Suicida, Cansada, Faixa Preta e Faixa PretaII foram gravados de que forma? Nos fale um pouco sobre o processo de gravação destes registros?
Todos nossos EP´s são pensados como séries de vídeos, todos em 3 capítulos. O SUICIDA foi gravado no UnderStudio em Ribeirão Preto/SP e fizemos uma animaçãozinha para ele. Os outros gravamos em nossas CANIL SESSIONS aqui em nosso estudinho, 3 mic´s captando tudo, jogando numa mesinha e depois indo pra câmera do celular. O resultado dessas lives nos agrada pra cacete.

6- Deu para perceber o engajamento feminista nas letras, conte-nos um pouco sobre as composições?
Nosso tema principal é saúde mental, e dentro desse tema entram muitos casos de mulheres que sofrem abuso. A session CANSADA é uma série onde falamos sobre 3 mulheres que deram o troco.

7-Diz aí, 5 livros/HQ’s, 5 filmes e 5 discos favoritos que você levaria para uma ilha deserta?
LIVROS: Quando Nietzsche Chorou, Simbolos da Transformação de Jung,
Os Irmãos Karamazov, O Livro das Perguntas e Biografia de Frida Kahlo.

DISCOS: Leptospirose (Tatuagem de Coqueiro), Vitamin X (Bad Trip), Ratos de Porão (Século Sinistro), RadioHead (Kid A) e Raconteurs (Consolers of the Lonely).

8-Qual mensagem/conselho você deixaria aqui para bandas iniciantes? De que forma podem produzir seus discos e divulgá-los?
Fazer músicas novas, gravarem e acima de tudo, promover/fazer rolês underground.

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Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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