A comodidade deixou todo mundo na preguiça. A molecada quer tudo pronto, tipo comida da mãe. Ninguém mais percebe a importância de escrever, registrar e perguntar. Preferem abarrotar a memória dos smarthphones de fotos da lousa e dancinhas toscas.
As conversas pelos corredores não são mais as mesmas. Não existem burburinhos sobre estudos, só na semana maldita de provas. Todo mundo vira estudante na semana de provas. PHD em Harvard, pós graduados de Cambridge da noite para o dia.
Mas e quanto vale a prova? Tem que valer 10, caso contrário, levantam questionamentos, interpelam, assumem o ar de autoridade até conseguir o que querem. As cabeças pensam apenas em decorar e repassar tudo segundos antes do professor, calejado e aflito, entregar as folhas de prova.
O tempo corre. Dúvidas surgem e olhares se cruzam numa dança tímida e suspeita. Há quem ache que não se cola mais na escola. A cola está ai, não vê quem não quer.
E uma verdade dura e triste corre solta pelos corredores dos colégios. Tudo está cada vez mais insano e desumano. E por pior que possa parecer, em dias de avaliações é que vemos o real descaso de nossos aprendizes. Sem revisão um dia antes não fazem a prova sem abraçar a insegurança, sem surtar na cadeira e resmungar feito um gato escaldado.
Um colega me disse esses dias, enquanto tomávamos água e comíamos a bolacha pedagógica nossa de cada dia. Prova é terrível, tem que ser tudo mastigado. Não pode mudar a cor da grama que o burro morre de fome. Não demorei para entender. Triste realidade. Assim caminha a humanidade, para o buraco grande de nossa ignorância.
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