“Para a grande maioria das pessoas, e eu me incluo nesse balaio, o ano de 2021 já vai tarde. Mas sem antes, nos brindar com mais um belo lançamento direto da “Seattle Brasileira”. Lógico, estamos falando do duo garageiro Crasso Sinestésico de Bom Jesus dos Perdões.”
Batizado de Nublado, o EP tem uma arte gráfica interessante, com uma capa desenvolvida pelo vocalista e guitarrista da banda, Diego Fernandes. Tem uma atmosfera baseada muito no que foi esse ano, um acumulado de meses mortais para muitos, sem perspectivas e sem enxergar um ponto de virada lá na frente.
Mais uma produção e parceria com Sandro Garcia, no Estúdio Quadrophenia.
Falando um pouco da banda, este EP marca a estreia na bateria do músico de Atibaia, Helder Vilhena (Desmorto), que substituiu a baterista dos eps anteriores, Sabrina Mori.
Aliás, um parêntese rápido de como Atibaia é um celeiro fértil de bateristas. Podemos citar aqui o Leo Pasquali (Vienna), André (Sujeito), Fernando Uoya (Coelho Roy) e muitos outros. E com o Helder não é diferente, vindo da escola do metal, ele dá uma nova cara para o som do Crasso.
Ouça aqui: https://onerpm.link/447587502472
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Vamos as faixas, sem enrolação:
GOLEM
Batida simples, direta, com introdução clássica no chimbal (4xs) e Diego destilando veneno nesta letra, que é uma das mais impactantes da banda. ….” a morte paira no ar…..” é um dos versos mais fortes. Faixa de abertura para destruir tudo.
MANIQUEÍSMO E OUTRAS PEGADAS
“Me afogando em notícias……”
Assim começa a segunda faixa do ep, batida nervosa e com uma participação especial nos vocais de Isaac Vieira. Aqui a banda vem num crescente na parte instrumental e um refrão bacana que diz:
“Não respiro, suplico,
Insisto….Resisto”
ESTRUTURAS NÃO DESCEM ÀS RUAS
Aqui a banda dá uma desacelerada, uma batida mais suave com o Diego fazendo um jogo interessante de vocalize nos refrãos, trabalhando muito bem as partes agudas da sua voz.
VITA BREVIS
O ponto alto do EP. A melhor faixa com certeza! Ritmo bem swingado, com bastante influência de soul jazz nas palhetadas. Esta música traduz muito bem a direção musical que Diego tem levado o duo, nas experimentações, sempre circulando dentro de um espectro de ritmos que vão do jazz à música brasileira.
LUZ
Faixa de encerramento. Uma faixa instrumental e diferente, destoa de todo EP com sua calmaria, lucidez e respiro. São algumas sensações que esta música passa ao ouvinte.
O ano de 2021 passou pra dizer que ainda estamos vivos.
E o Crasso continua “jogando Atari com um joystick quebrado”, tirando leite de pedra e resistindo, fazendo arte num cenário avassalador e hostil. Lá, direto da terra dos perdoados, sempre foi assim – Casa de barro e não de alvenaria.
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