BAYSIDE KINGS reflete os diversos níveis da existência no EP cantado em português

 

A existência é repleta de camadas e sensações: da vitória à derrota, da queda à redenção e da decepção à aceitação. Ser alguém único e caminhar com suas próprias convicções, além de saber viver o agora, são algumas das mensagens que o BAYSIDE KINGS escancara – e às vezes dilacera coração e alma – por meio das quatro músicas do EP Existência, o primeiro em 10 anos de carreira em que o quarteto hardcore compõe em português.

O EP chega às plataformas digitais via Olga Music. Ouça Existência aqui: https://bfan.link/existencia-livreparatodos.

Junto ao EP é lançado o videoclipe da faixa Ronin, que a banda trata como o terceiro single do registro, após a faixa de abertura, Existência, e Miragem. Assista a produção aqui: https://youtu.be/cq0cegOZ8tc.

Cada música do EP traz um conceito sobre existir a partir de uma leitura do BSK. As faixas, cuja sonoridade está atrelada a um hardcore rápido e furioso (lançando mão de melodias e cadências quando necessário), funcionam e são inteligíveis tanto individualmente como uma sequência.

Existência, a música de abertura, é sobre o fortalecimento do indivíduo. Miragem é a busca utópica de um amanhã que nunca chega, sem perceber que o aqui e agora é o melhor momento.

Na sequência vem Ronin, que aborda a busca pelo valor da existência, que significa encarar decepções e escolhas ao longo do caminho. O EP encerra com a forte Alpha e Ômega, que tanto fala de desejos em se desprender de regras pré-concebidas pela sociedade, como também aborda perdas, da dificuldade em encarar o final de algo.

Além disso, Alpha e Ômega é a música de transição para o próximo EP, que mais para frente formará, junto ao Existência e outros registros, o álbum #livreparatodos. Tem, inclusive, a participação de Giovani Leite no piano, que executa um interlúdio.

No fim, uma dica valiosa do vocalista Milton Aguiar para se ouvir Existência: começar da última faixa, Alpha e Ômega, até Existência. “Tudo tem um sentido, que revelaremos de pouco em pouco. O BAYSIDE KINGS mostra que música pode ser mais do que só música: é uma ideia, um debate e uma lição de vida”, conta.
Videoclipe de Ronin

Com influência da dinâmica de Cães de Aluguel, um filme clássico do diretor Quentin Tarantino, o clipe e Ronin apresenta diversas questões acontecendo em um mesmo cenário.

Como ressalta a banda, a ideia é continuar a história do Caveirinha, que não é o mesmo do clipe de Existência, é um personagem novo. Ele aparece sendo abatido e levado para interrogatório por três pessoas obscuras.

“Estas três figuras representam pessoas já assimiladas pelo sistema e que negaram a própria existência para fazer parte de um regime total, por isso usam o saco na cabeça, como sem uma identificação, uma feição. Querem que o Caveirinha se torne como eles”, explica Milton.

Ao final do clipe, uma surpresa: é o espectador que vai vislumbrar o desfecho do conflito. “O indivíduo tem o poder de escolha, o poder de realçar e afirmar sua particularidade perante o sistema que tenta a todo custo arrancar sua essência e aniquilar sua existência”, completa o vocalista.
A mudança

O cenário sócio-político nacional de 2018, conta Milton, foi o ponto de partida para a mudança na forma de levar a mensagem do BAYSIDE KINGS. “O agora e o futuro daquele tempo demandava à banda atingir nosso público e ir além de quem já nos conhece, e com uma mensagem uniforme”.

As letras em português, portanto, é uma forma de conversa com outros públicos, outras culturas, além de estreitar a relação com a já sólida base de fãs e pessoas ligadas ao hardcore punk.

“Queremos abrir novos campos de diálogo”, revela o vocalista, que estudou as métricas do português para adequar a sua forma de cantar – bandas como Colligere e Mais que Palavras são algumas referências para este processo. O resultado está em Existência, em que cada palavra da música é entendida.

“Um recomeço, com a experiência e maturidade de 10 anos. “Queremos coisas novas e esse é o momento ideal”, completa Milton.

Ficha técnica
▪ Existência, o EP, foi gravada no TOTH, em Guarulhos (São Paulo)
▪ Mix, master e produção de Danilo de Souza e Fernando Uehara (músicos do Bullet Bane)

Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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