Então é isso! A caça de filmes nas plataformas de streaming está sempre aberta aos finais de semana. Entra aqui e ali, cavoca e passa por cima e quase desiste.
Às vezes damos sorte de tropeçar numa pérola esquecida. É possível. Isso é motivo de alegria. Assisti ao filme chamado A conversação, do Francis Coppola. Puta filme. Absurdo.
O típico longa-metragem que nos diz muito e ao mesmo tempo não diz nada. Esse filme de 1974 foi ofuscado pelos membros da família Corleone.
Caramba, Coppola! Lançar um filme do Chefão todo poderoso no mesmo ano? É pedir pra dar ruim.
Apesar de passar discreto pelo público, o filmão promete e dá uma verdadeira aula de cinema, não só para quem curte ver uma película mastigando pipoca que nem um zumbi perseguindo o Rick Grimes, mas para todos que curtem cinema inteligente.
Qual é a dessa trama?
A trama é simples. Um cara é contratado para grampear conversas e seguir pessoas. Gene Hackman dá vida ao personagem Harry, um sujeito vazio e misterioso. Sabemos pouco dele ao longo da trama.
Aliás, ele mesmo parece não saber quase nada sobre ele. Sua vida “monótona” de trabalhos muda quando numa das gravações ele percebe algo incomum.
Um possível crime? Talvez sim, talvez não. Aos poucos Coppola vai nos dando, através do personagem Harry, pistas fragmentadas e que parecem confusas. Só parecem, pois o modo como o roteiro e o jogo de câmeras foi pensado é impossível não nos deixar vidrados, ansiosos por algo.
Ah ok, disse que o filme é inteligente. E é mesmo. Os primeiros 4 minutos são perturbadores e o final, bem, o final, se você assistir e não se perder na labiríntica estrutura construída pelo pai da Sofia Coppola, bem, ai você verá um dos melhores finais que o cinema poderia jogar na sua cara. Vai lá, tenta a sorte. Até a próxima.
Saiba mais detalhes sobre o filme A Conversação ouvindo o episódio abaixo
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