É estranho olhar a estante repleta de livros ainda não lidos. Se pensarmos com atenção, veremos que livros fechados são vidas mortas, empoeiradas e com muito a dizer. As histórias que no passado alegraram olhos e mente, agora repousam adormecidas.
A rotina diária e o lodo chamado trabalho, nos deixam mais atentos às besteiras partidárias que povoam grupos do que aos livros que nos fitam inertes na estante.
Eles estão lá, implorando para serem lidos assim como imploramos por uma agulha que nos ampute das máscaras e da embriaguez do álcool em gel. A regra agora, pelo menos para esse humilde sujeito metido a cronista é seguir em frente.
Seguir dia após dia. Olhar a estante, sorrir para as lombadas e mergulhar em autores e narrativas que possam guiar a mente para um porto mais seguro que esse.
Longe dos monstros de terno e gravata que cospem fogo, lançam injúrias e tecem discursos de ódio. Com essa regra, talvez, não seja estranho, daqui uns anos, olhar a estante e quem sabe, encontrar páginas nunca lidas para repousar o espírito.
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