The Mullet Monster Mafia celebra 12 anos com shows online

A música instrumental produzida no Brasil, de tempos modernos, passa necessariamente pelo The Mullet Monster Mafia, power-trio do interior de São Paulo que chega aos 12 anos com uma respeitosa coleção de histórias e vitórias, entre cinco turnês na Europa, prêmios e cinco álbuns e outros EPs.

Parte desta celebração, que também funcionará com um ode à música instrumental é o projeto Música Afônica, uma série de seis shows online, com convidados especiais, via Secretaria de Cultura do governo do Estado de São Paulo, por meio da Lei Aldir Blanc.

As apresentações acontecem nos dias 6, 7, 13, 14, 20 e 21 de março de 2021, com transmissão gratuita no canal de Youtube da VNN Studios, empresa parceira e responsável pela captação e edição dos vídeos.

A música instrumental traz consigo a memória afetiva das trilhas sonoras atreladas a momentos que permeiam a vida em diversas ocasiões, sendo por vezes erroneamente atribuídas a apenas uma parte da sociedade, mascarando uma elitização imprópria.

É como o projeto Música Afônica é contextualizado pelo baterista Neri Emiliano Ramirez, fundador do TMMMafia junto ao guitarrista Ed Lobo Lopez, cujos pseudônimos carregam currículos invejáveis de dois músicos rodados da cena alternativa dos anos 1990.

“Surge com a proposta de democratizar e difundir o gênero, demonstrando toda a diversidade e pluralidade de um segmento que, mesmo ausente de vozes, não perdeu sua potencialidade cultural em transmitir emoções e ‘dialogar'”, completa.

O repertório das apresentações transitará por diversos estilos, indo do atmosférico aos mais crus, se utilizando de instrumentos como o contra baixo acústico, guitarra, percussão, violão, baixo elétrico e bateria, para unir o clássico ao contemporâneo, o acústico ao elétrico, trazendo um sopro de originalidade para o cenário atual.

Convidados especiais
Os convidados foram definidos por um conceito criado pelo TMMMafia exclusivamente para o Música Afônica: trazer um instrumento novo, mas que similar a algum da banda. Para a guitarra, trouxeram um violão (Felipe Gonçalves), para versões acústicas. Para a bateria, a percussão (Adriano Tócchio) e, para o baixo, tem o baixo de pau (Allisson Guimarães Santos), uma clara referência ao psicobilly.

Os 12 anos de TMMMafia

O TMMMafia chega aos 12 anos com todas as metas alcançadas, que qualquer banda brasileira independente sonharia completar, lembra o baterista. A banda nasceu em 2008 na cidade de Piracicaba/SP.

“Quando iniciamos a banda, em 2009, pensamos em tocar música instrumental sem pretensões. Queríamos poder nos expressar sem limites. Naquele ponto, o instrumental era o formato que nos abriria um leque maior de possibilidades”.

Os resultados são expressivos e diversos: lançaram álbuns em diversos formatos, no Brasil e no exterior, tocaram pelo país e cinco turnês europeias (mais de 20 países), mais participações em festivais de grande porte pelo mundo e presença em coletâneas na América Latina.

O Mullet inclusive já dividiu, no exterior, palco com bandas do alto escalão da música pesada, como Bad Religion, The Animals, Extreme Noise Terror. “E é demais fazer tanta coisa, em 12 anos, pela música instrumental. Sem voz, sem uma mensagem direta, foi ela que nos levou tão longe e nos colocou em contato com tanta gente. É um privilégio”.

SJOCK Festival (Bélgica), Pirate Farm Festival (Belgica), Rosrock (Holanda), Pedro Pico Pop (Holanda), Keine Knete Festival (Alemanha), Psychobilly Meeting (Espanha) são alguns fests no exterior em que o TMMMafia se apresentou.

No Brasil, rodaram no Abril Pro Rock, Psica Festival, Psycho Carnival, Primeiro Campeonato Mineiro de Surfe, PIB (Produto Instrumental Bruto), entre outros.

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Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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