Professor polvo – a tocante simbiose entre animais e seres humanos

Passando pelo catálogo da Netflix essa semana, parei num título diferente que me despertou a curiosidade.

Professor Polvo, um lançamento de 2020. Resolvi assistir, pois a sinopse era inusitada. Não parecia só um simples documentário.

É um filme sensível, ímpar, e que em seu decorrer nos leva para dentro do oceano e para toda aquela atmosfera vasta e desconhecida.

Craig Foster é um cineasta e mergulhador que por um acaso do destino, decide filmar suas aventuras de mergulho durante alguns anos em que esteve numa região de praia, na África do Sul.

Mergulhando diariamente num determinado espaço, de uma floresta subaquática, ele nos mostra, com sua câmera em punho, as belezas e os encantamentos submersos naquela localidade.

São diversos peixes, tubarões em desenvolvimento, paredões de algas, cavernas, águas vivas, e mais uma variedade de espécies de diferentes cores, tamanhos e formatos.

UM DOCUMENTÁRIO QUE SAI DA MESMICE

O filme tinha tudo para ser mais um desses documentários sobre a vida marinha que tanto a gente vê no globo repórter, se não fosse por um detalhe mágico.

A existência de um polvo naquele espaço em que ele mergulhava todo santo dia. Era a primeira vez que ele tinha visto um polvo naquele local desde que tinha começado as filmagens submerso.

professor polvo filme
A total simbiose entre um ser dos mares e o mergulhador Craig Foster

Passado a surpresa desse primeiro encontro, no decorrer dos dias, o inimaginável acontece, e isso é tão maravilhoso quanto inusitado no filme.

O mergulhador reencontra o polvo e a partir daí o filme ganha contornos emocionantes. Se sentindo atraído pela beleza dos movimentos deste animal selvagem e exótico, o homem de uma maneira quase que instintiva, decide se aproximar. Cria-se então, um vínculo entre eles.

Todos os dias ele mergulha na ânsia de reencontrar seu novo amigo e interagir cada vez mais.

O filme tem cenas surpreendentes. Mostra em detalhes, parte da rotina desse animal muito inteligente, suas camuflagens para despistar predadores (dentro da cadeia, os tubarões são os principais), as armadilhas e táticas que o polvo cria para se alimentar.

A fotografia é linda, as cores embaixo do mar são intensas e vivas. As cenas, muitas delas, feitas em câmera lenta dão um efeito todo especial. O expectador se sente confortável assistindo e hipnotizado pela relação entre homem e criatura.

MAS AGORA, POR QUE PROFESSOR POLVO É TÃO ENCANTADOR ASSIM?

O filme é maravilhoso por diversas razões que vão além das que já citei aqui. Ele traz uma mensagem imprescindível para os humanos.

A relevância dos animas em nossas vidas. Algo que a gente não consegue enxergar ao longo dos anos, seja por consumo dos mesmos, ou adotando alguns animais de estimação e prendendo-os numa gaiola.

A importância desses seres na manutenção da natureza, e principalmente o papel que eles tem na evolução de nós mesmos. Eles passam a vida nos ensinando, através de gestos e preceitos básicos, como respeito, contemplação e retribuição.

O filme mescla imagens com depoimentos do protagonista, e isso reforça esta tese e aumenta a carga emocional durante a experiência.

Enfim, não perca essa oportunidade de assistir, de se conectar com os animais e de se reconectar consigo. Este filme é imperdível!!

 

Tito Cepoline Escrito por:

Entrou para compor o timaço do podcast ABUTRES NÃO OUVEM JAZZ, formando o power trio mais improvável e pra lá de especial. Apaixonado por viagens e artes no geral, em especial a música, tem ouvido aberto para vários estilos, alguns bem peculiares e passeia na linha que vai do jazz ao hardcore. Viagens e Música não são meros itens na prateleira!! Seguindo essa máxima, segue na luta diária de promover, divulgar, incentivar cultura, arte independente, lugares pitorescos, praias belíssimas que tanto são necessários para nossa sobrevivência!!

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