Janu antecipa novo disco com single e clipe “Povo Brasileiro”

Artista expoente do efervescente cenário independente alagoano, Janu começa a revelar as cores de seu próximo disco. “Povo Brasileiro” é uma faixa que faz um paralelo acidental com a obra homônima do sociólogo Darcy Ribeiro – se no livro são condensados cinco séculos de Brasil, já na faixa são traduzidos alguns dos principais acontecimentos dos últimos cinco anos que levaram o país ao ponto que se encontra atualmente. O single já está disponível para streaming e ganha também um clipe.

Assista ao clipe “Povo Brasileiro”: https://youtu.be/VfDX-7lq7JU
Ouça “Povo Brasileiro”: https://smarturl.it/JanuPovoBrasileiro

A canção inaugura os trabalhos para “Miolo do Oxente”, novo álbum de Janu. A composição foi realizada em parceria com o músico Paulo Franco, vocalista, compositor e arranjador da banda Gato Negro, que assina também a produção da faixa. Tudo para trazer uma nova roupagem para a sonoridade de Janu, em uma fase posterior ao seu último projeto, Lindeza. A troca com outros artistas, como Mago Véio e Itallo, bem como a atuação paralela com a banda de reggae rural Quiçaça, têm papel significativo nessas transformações e influências.

Como “Povo Brasileiro”, Janu olha para o passado ao mesmo tempo que foca no futuro. Rememorando acontecimentos como o traumático 7×1, o artista faz um apelo final: “não deixe de sambar”. O clipe se soma aos outros dois vídeos anteriores do artista: “Canção de vingança” e “Ei, Mulher”, este último com participações de Ruan e de Borba de Paula, o rei do brega.

Assista ao clipe “Canção de Vingança”:  https://youtu.be/TjDOgOf_-Tg
Assista ao clipe “Ei, Mulher”: https://youtu.be/EgH4zA5qaWc 

“Eu, modestamente, tento em uma música condensar 5 anos (2013 a 2018) que contribuíram para resultar no que estamos hoje. Uma panorama redondinho que fala das manifestações de 2013, a humilhação brasileira do 7×1 que influenciou nas péssimas escolhas de 2018, além de, é claro, o tal cão no cio que é o pensamento fascista, hoje, sentindo-se mais livre. A música surgiu com a necessidade de comunicar: fazer uma letra direta e sem rodeios para tentar chegar no Brasil todo”, reflete. 

Janu faz dessa nova fase uma espécie de estreia, mesmo que já acumule uma vivência musical em Alagoas que o projetou para plataformas de alcance nacional. É o caso das músicas “Perdi La Night”, que integra a trilha sonora do filme “Morto Não Fala” (Denninson Ramalho, Globo Filmes), e “Teu Sorriso” – esta última marca presença no filme “O Retirante”, do alagoano Tarcisio Ferreira, e no especial de 80 anos de Pelé. 

“É um lançamento de estreia e, apesar de ter lançado outras coisas e trabalhado com outros artistas daqui, produzindo e parceria, sinto que realmente estou recomeçando – o formato, a estética e as letras que virão com o disco me mostram isso. O diferencial é uma experiência de vivência, recheada de influências seja dos cantos de trabalho do Brasil de dentro ao hip hop”, adianta.

“Povo Brasileiro” já está disponível como single e no canal de YouTube de Janu. 

Assista ao clipe “Povo Brasileiro”: https://youtu.be/VfDX-7lq7JU
Ouça “Povo Brasileiro”: https://smarturl.it/JanuPovoBrasileiro

 

Ficha técnica
Letra e Música – Janu e Paulo Franco 
Produzido por – Paulo Franco 
Masterizado por – Júnior Evangelista

Letra

POVO BRASILEIRO
(Janu / Paulo Franco)

Hei, meu povo brasileiro
Vem cá me diz ligeiro
Quando foi que tu parou?
De sambar  (x2)

E veio o 7×1
A bandeira, o verde e amarelo
Viraram apenas revolta de ser
Viraram revolta do ser

De um país onde o seu
Maior trunfo e símbolo
Agora humilhado para todo mundo ver
Na TV, todo mundo vê

Uma odisseia política
Ataques a democracia
A mídia pagando pra ver
Já havia muito a temer

Mas ninguém esperava, irmão
Que um cão no cio
Arrastasse tanto coração

Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda, acorda, acorda e samba
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda, acorda, acorda e samba

E todo o povo perdido
Descarregou crenças e mitos
Na esperança de ter
Na esperança de ser
Um novo Brasil
Um novo Brasil

Hei, meu povo brasileiro
Me promete ligeiro
Não deixar de acreditar
No samba.

Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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