Calma lá… não é bem isto o que o título quer dizer. Enquanto Agonizo de William Faulkner, tem uma história tão intensa e dramática que perturba qualquer ser humano com um pouco de consciência e bom senso.
William Faulkner foi um dos expoentes na recriação de cenários decadentes no sul dos Estados Unidos, mostrando tanto as batalhas diárias, quanto o lado mais negro e mesquinho de pessoas reais que habitam lugares insólitos, distantes do resto do mundo.
O poderio bélico de William Faulkner é devastador, mesmo através da polifonia dos personagens, ele consegue levar o leitor até a última página com maestria.Numa intensidade, capaz de impossibilitar o abandono de qualquer um de seus livros.
Mas deixando a conversa de lado, Enquanto Agonizo segundo Harold Bloom tem um dos melhores começos:
De todos os romances americanos do século XX, o que tem o começo mais brilhante é Enquanto Agonizo… o começo pressagia a originalidade do livro que mais surpreende de seu autor.(Harold Bloom)
Enquanto Agonizo de William Faulkner, foi publicado em 1930, se passa no sul dos Estados Unidos e narra a “Epopeia dos Bundren”, uma família desestruturada e paupérrima, que percorre um longo percurso para enterrar a Matriarca da família, Addie Bundren.
Cada um com suas respectivas deformações psicológicas e patológicas, tentam a todo custo realizar o ultimo pedido de Addie Bundren, ser enterrada em Jefferson, sua terra natal, ao lado dos seus parentes. Anse, o marido, leva os filhos Jewel, Darl, Cash, Dewey Dell e Vardaman nesta empreitada complexa e repleta de desavenças, por inúmeros motivos banais.
Com um final incrível, de deixar com o queixo caído, este pequeno grande romance, com cara de novela, vale cada página.Os capítulos são divididos, por cada personagem e suas respectivas visões a respeito desta viagem, que mudará o rumo da vida de toda a família.
“Minha mãe é um peixe”.(p.75) VARDAMAN.
Vale lembrar que a história não é linear, como som e fúria, é uma leitura dura.Mas que ao terminar vale a pena.Fica a dica, leiam Enquanto Agonizo de William Faulkner.
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