7 coisas que você deveria saber sobre publicação de livros por Tim Marvim

1-Quem é Tim Marvim?  	Tim Marvim é o pseudônimo que utilizei para escrever um romance de aventuras na esteira de Dan Brown, intitulado “666 – Caçadores de Demônios”, que foi traduzido para o inglês com o título de “666 – The Devil Stalkers” e também um livro de contos de terror, que dei o nome de “Contos Macabros à Luz de Velas”, inspirado nas histórias da série “Além da Imaginação” (The Twilight Zone).  2-Quando a literatura começou a fazer parte de sua vida?  Ao contrário da maioria dos escritores que conheço, não comecei escrevendo poesia, mas contos. Há uns vinte e cinco anos, entrei pela primeira vez em um concurso literário, realizado no Paraná. Tratava-se de um concurso de nível nacional e, para minha surpresa, o meu conto acabou ficando em primeiro lugar.   Isto foi um grande incentivo para mim, vencer um concurso logo em minha “estreia” literária. Por essa época, eu editava um fanzine de literatura, que enviava a diversos escritores e poetas em todo o Brasil. Era o início dos anos 90, época em que também comecei a escrever meu primeiro romance.   Como eu estava apenas acostumado a escrever contos e não conhecia muito bem a técnica específica do romance, levei oito anos para concluir uma obra de apenas 150 páginas. Contudo, foi um excelente aprendizado. Meu segundo romance, com mais de 300 páginas, foi escrito em pouco mais de um ano, pois eu já conhecia melhor o caminho a ser trilhado.   Depois deste, escrevi um romance histórico, que demandou imensa pesquisa a respeito das invasões que a cidade do Rio de Janeiro sofreu nos anos de 1710 e 1711 por piratas franceses. Todo o esforço valeu a pena, pois o romance foi o vencedor do Prêmio Manaus de Literatura em 2007, tendo sido publicado pela prefeitura daquela cidade em uma belíssima edição de mil exemplares.  3- Fale um pouco sobre sua editora? E como é possível manter uma editora no Brasil?  Isso ainda é apenas um projeto. Por enquanto, a editora existe apenas na minha cabeça. Apesar de muitos escritores estarem migrando para os chamados e-books, como eu próprio, creio que o livro de papel sempre continuará a existir.   Imagino que uma editora deve ser gerida com a mesma responsabilidade e honestidade que qualquer outra empresa. Partindo destes dois princípios, não há por que motivo não dar certo. Eu sempre acreditei que o Brasil possui um enorme potencial para venda de livros, basta educar mais o povo, conscientizá-lo de que a leitura é um “bem” necessário.   4- É possível viver de suas obras no Brasil? Assisti uma entrevista com Carlos Heitor Cony dizendo que escritor só consegue viver de sua obra nos USA ou na França, você acredita nisto?  Na atual conjuntura brasileira, acho muito difícil, mas não impossível. Vender livros é como vender qualquer outro produto. Se tiver um marketing adequado e cair no gosto das pessoas, o livro vende, mesmo sendo ruim.   Não vi a entrevista do Cony e não sei em qual contexto ele disse isto, mas não me parece totalmente correto. Pelo menos, tal afirmação se me afigura muito generalizada.   Veja o caso da J. K. Rowling. Ela não é nem americana, nem francesa. E garanto que vive muito bem com o sucesso que a sua série do Harry Potter obteve. Aliás, recentemente, divulgou-se que ela havia se tornado a primeira escritora bilionária da história.   5- Como é seu fluxo de trabalho como escritor?  Cada escritor possui uma maneira própria para escrever. Há aqueles que o fazem de um só fôlego, como se alguém lhes ditasse no ouvido as frases já prontas.   Depois que põem as ideias no papel, quase mais nenhum trabalho eles têm, pois praticamente não há o que se corrigir. Neste grupo, encontram-se os gênios como Pascal, que compunha tudo dentro de sua cabeça e, graças à sua memória excepcional, somente se dispunha a escrever quando o texto já estava acabado no interior do cérebro. Infelizmente, pouquíssimos escritores podem se dar ao luxo de usar tal método.   A grande maioria dos mortais, porém, costuma sofrer bastante durante a confecção de um texto artístico, principalmente se quem escreve possui um elevado senso crítico. Eternamente insatisfeitos com os próprios escritos, estes escritores passam a vida se torturando em busca da frase perfeita, do vocábulo preciso. É o meu caso. Gasto horas, às vezes dias, para escrever uma única página.  6 - 5 livros e 5 filmes que devemos ler/assistir antes de morrer?  	Livros 1.	Memórias Póstumas de Brás Cubas 2.	Cem Anos de Solidão 3.	O Deserto dos Tártaros 4.	O Primo Basílio 5.	Ilíada.  Filmes 1.	O Poderoso Chefão 2.	Ao Mestre com Carinho 3.	Tomates Verdes Fritos 4.	Janela Indiscreta 5.	A Noviça Rebelde.  7- Dica para os marinheiros de primeira viagem? Como começar a escrever com estilo?  Ter paciência e perseverança. Inúmeros escritores me dizem que escrevem como falam, pondo em prática aquela velha tese pregada, entre outros, por Miguel de Unamuno. Pois não venham reclamar depois que as pessoas não dão o devido valor a seu trabalho.   É óbvio que quem procede dessa maneira acaba trazendo para a língua escrita todos os detritos típicos da modalidade oral da língua. E muitos daqueles que seguem o exemplo do ex-reitor da Universidade de Salamanca não o fazem apenas porque se identificam com o pensamento do mestre espanhol, mas simplesmente porque não possuem o espírito paciente e perseverante que o gênio artístico exige.   Querem fazer tudo para ontem, apressadamente, como se a obra de arte fosse latrina de rodoviária, cuja existência estriba-se na urgência e na desocupação rápida.   O texto mal escrito, mal meditado e mal corrigido parece que lhes queima os próprios dedos. Esquecidos do conselho de Guimarães Rosa, que dizia para o artista construir pirâmides e não fazer bolinhos, eles preferem comer o bolinho frio do dia ao enorme trabalho de erguer uma obra consistente e duradoura.   Segundo Théophile Gauthier, “somente a arte robusta goza da eternidade”. Veja que mais nada restou da grande Grécia além de poucas ruínas. Mas suas obras literárias aí estão, resistentes como bronze. É difícil para um americano entender que seus imensos arranha-céus viverão menos do que Edgar Allan Poe. Dia virá que ninguém mais falará nos panzers alemães, mas Mozart permanecerá no coração dos homens eternamente.  Muitas vezes, toda essa afobação provém do fato de possuir o autor um ego maior do que o próprio talento. Pessoas há que escrevem e posam de escritores apenas para alimentar a própria vaidade doentia, buscando um conforto duvidoso em elogios vazios e, na maioria das vezes, falsos. Mal põem ponto final num texto e já o atiram na cara dos amigos, famintos para receber algumas migalhas de aprovação e louvor. Não são escritores, mas mendigos da pena, que buscam angariar simplesmente o troco reles da glória miúda.   É próprio dos apressados deixar as coisas inacabadas. Se o escritor abandona seu texto após o primeiro esboço, ele terá grande chance de parir um aleijão. Escrever é como construir uma casa. Você pode até morar nela logo após levantar as paredes e concluir o telhado. Mas todos sabem que a casa não está pronta. É necessário fazer o acabamento, revestir as paredes, assentar o piso, pintar os muros para que a sua aparência se torne mais agradável. O mesmo ocorre com um texto literário. Dá-los ao público sem maior meditação, corresponde a habitar uma casa inacabada. Duofox tem o imenso prazer de entrevistar um dos maiores escritores de Atibaia-SP, dono de uma técnica de escrita  rica, objetiva e versátil.Escreve contos, poemas e romances, como poucos de sua idade.

1-Quem é Tim Marvim?

Tim Marvim é o pseudônimo que utilizei para escrever um romance de aventuras na esteira de Dan Brown, intitulado “666 – Caçadores de Demônios”, que foi traduzido para o inglês com o título de “666 – The Devil Stalkers” e também um livro de contos de terror, que dei o nome de “Contos Macabros à Luz de Velas”, inspirado nas histórias da série “Além da Imaginação” (The Twilight Zone).

2-Quando a literatura começou a fazer parte de sua vida?

Ao contrário da maioria dos escritores que conheço, não comecei escrevendo poesia, mas contos. Há uns vinte e cinco anos, entrei pela primeira vez em um concurso literário, realizado no Paraná. Tratava-se de um concurso de nível nacional e, para minha surpresa, o meu conto acabou ficando em primeiro lugar.

Isto foi um grande incentivo para mim, vencer um concurso logo em minha “estreia” literária. Por essa época, eu editava um fanzine de literatura, que enviava a diversos escritores e poetas em todo o Brasil. Era o início dos anos 90, época em que também comecei a escrever meu primeiro romance.

Como eu estava apenas acostumado a escrever contos e não conhecia muito bem a técnica específica do romance, levei oito anos para concluir uma obra de apenas 150 páginas. Contudo, foi um excelente aprendizado. Meu segundo romance, com mais de 300 páginas, foi escrito em pouco mais de um ano, pois eu já conhecia melhor o caminho a ser trilhado.

Depois deste, escrevi um romance histórico, que demandou imensa pesquisa a respeito das invasões que a cidade do Rio de Janeiro sofreu nos anos de 1710 e 1711 por piratas franceses. Todo o esforço valeu a pena, pois o romance foi o vencedor do Prêmio Manaus de Literatura em 2007, tendo sido publicado pela prefeitura daquela cidade em uma belíssima edição de mil exemplares.

3- Fale um pouco sobre sua editora? E como é possível manter uma editora no Brasil?

Isso ainda é apenas um projeto. Por enquanto, a editora existe apenas na minha cabeça. Apesar de muitos escritores estarem migrando para os chamados e-books, como eu próprio, creio que o livro de papel sempre continuará a existir.

Imagino que uma editora deve ser gerida com a mesma responsabilidade e honestidade que qualquer outra empresa. Partindo destes dois princípios, não há por que motivo não dar certo. Eu sempre acreditei que o Brasil possui um enorme potencial para venda de livros, basta educar mais o povo, conscientizá-lo de que a leitura é um “bem” necessário.

4- É possível viver de suas obras no Brasil? Assisti uma entrevista com Carlos Heitor Cony dizendo que escritor só consegue viver de sua obra nos USA ou na França, você acredita nisto?

Na atual conjuntura brasileira, acho muito difícil, mas não impossível. Vender livros é como vender qualquer outro produto. Se tiver um marketing adequado e cair no gosto das pessoas, o livro vende, mesmo sendo ruim.

Não vi a entrevista do Cony e não sei em qual contexto ele disse isto, mas não me parece totalmente correto. Pelo menos, tal afirmação se me afigura muito generalizada.

Veja o caso da J. K. Rowling. Ela não é nem americana, nem francesa. E garanto que vive muito bem com o sucesso que a sua série do Harry Potter obteve. Aliás, recentemente, divulgou-se que ela havia se tornado a primeira escritora bilionária da história.

5- Como é seu fluxo de trabalho como escritor?

Cada escritor possui uma maneira própria para escrever. Há aqueles que o fazem de um só fôlego, como se alguém lhes ditasse no ouvido as frases já prontas.

Depois que põem as ideias no papel, quase mais nenhum trabalho eles têm, pois praticamente não há o que se corrigir. Neste grupo, encontram-se os gênios como Pascal, que compunha tudo dentro de sua cabeça e, graças à sua memória excepcional, somente se dispunha a escrever quando o texto já estava acabado no interior do cérebro. Infelizmente, pouquíssimos escritores podem se dar ao luxo de usar tal método.

A grande maioria dos mortais, porém, costuma sofrer bastante durante a confecção de um texto artístico, principalmente se quem escreve possui um elevado senso crítico. Eternamente insatisfeitos com os próprios escritos, estes escritores passam a vida se torturando em busca da frase perfeita, do vocábulo preciso. É o meu caso. Gasto horas, às vezes dias, para escrever uma única página.

6 – 5 livros e 5 filmes que devemos ler/assistir antes de morrer?

Livros
1. Memórias Póstumas de Brás Cubas
2. Cem Anos de Solidão
3. O Deserto dos Tártaros
4. O Primo Basílio
5. Ilíada.

Filmes
1. O Poderoso Chefão
2. Ao Mestre com Carinho
3. Tomates Verdes Fritos
4. Janela Indiscreta
5. A Noviça Rebelde.

7- Dica para os marinheiros de primeira viagem? Como começar a escrever com estilo?

Ter paciência e perseverança. Inúmeros escritores me dizem que escrevem como falam, pondo em prática aquela velha tese pregada, entre outros, por Miguel de Unamuno. Pois não venham reclamar depois que as pessoas não dão o devido valor a seu trabalho.

É óbvio que quem procede dessa maneira acaba trazendo para a língua escrita todos os detritos típicos da modalidade oral da língua. E muitos daqueles que seguem o exemplo do ex-reitor da Universidade de Salamanca não o fazem apenas porque se identificam com o pensamento do mestre espanhol, mas simplesmente porque não possuem o espírito paciente e perseverante que o gênio artístico exige.

Querem fazer tudo para ontem, apressadamente, como se a obra de arte fosse latrina de rodoviária, cuja existência estriba-se na urgência e na desocupação rápida.

O texto mal escrito, mal meditado e mal corrigido parece que lhes queima os próprios dedos. Esquecidos do conselho de Guimarães Rosa, que dizia para o artista construir pirâmides e não fazer bolinhos, eles preferem comer o bolinho frio do dia ao enorme trabalho de erguer uma obra consistente e duradoura.

Segundo Théophile Gauthier, “somente a arte robusta goza da eternidade”. Veja que mais nada restou da grande Grécia além de poucas ruínas. Mas suas obras literárias aí estão, resistentes como bronze. É difícil para um americano entender que seus imensos arranha-céus viverão menos do que Edgar Allan Poe. Dia virá que ninguém mais falará nos panzers alemães, mas Mozart permanecerá no coração dos homens eternamente.

Muitas vezes, toda essa afobação provém do fato de possuir o autor um ego maior do que o próprio talento. Pessoas há que escrevem e posam de escritores apenas para alimentar a própria vaidade doentia, buscando um conforto duvidoso em elogios vazios e, na maioria das vezes, falsos. Mal põem ponto final num texto e já o atiram na cara dos amigos, famintos para receber algumas migalhas de aprovação e louvor. Não são escritores, mas mendigos da pena, que buscam angariar simplesmente o troco reles da glória miúda.

É próprio dos apressados deixar as coisas inacabadas. Se o escritor abandona seu texto após o primeiro esboço, ele terá grande chance de parir um aleijão. Escrever é como construir uma casa. Você pode até morar nela logo após levantar as paredes e concluir o telhado. Mas todos sabem que a casa não está pronta. É necessário fazer o acabamento, revestir as paredes, assentar o piso, pintar os muros para que a sua aparência se torne mais agradável. O mesmo ocorre com um texto literário. Dá-los ao público sem maior meditação, corresponde a habitar uma casa inacabada.

Livros do autor à venda no Amazon:

1)    666 – Caçadores de Demônios
2)    A Noite Negra
3)    Memorial do Bruxo – Conhecendo Machado de Assis
4)    Contos Macabros à Luz de Velas
5)    Histórias do Fim do Mundo
6)    As Muito Fabulosas Aventuras do Barriga
7)    Manual do Poeta Aprendiz – Aprenda a Fazer Versos Suportáveis
8)    Contos Maus
9)    Ardências
10)    Como Vencer Concursos Literários

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Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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