Sou um homem doente…Um homem mau.Um homem desagradável. Creio que sofro do fígado.Aliás não entendo níquel da minha doença e não sei ao certo, do que estou sofrendo.Assim começa uma das primeiras obras existencialistas do mundo do grande escritor russo Fiódor Dostoiévski.
Uma novela curta, que não recebeu muita atenção na época de seu lançamento. Raros, são os que foram capazes, de compreender o caminho que esta novela levaria.
O narrador sem nome, o Homem do Subsolo, é um personagem diagnosticamente perturbado, como um homem doente, que sofre do fígado, amargo o tempo todo.Sente ódio de si mesmo, Fiódor Dostoiévski antecipa em memórias do subsolo, a teoria do complexo de inferioridade.
De certa forma, o homem do subsolo, se assim podemos chamá-lo, é masoquista, sente plena satisfação em sofrer. Defende o livre-arbítrio como poucos.
Ele ironiza Tchernichevski, para quem o mal era feito por falta de conhecimento, ou seja, um erro a quem a razão eliminaria assim que fosse disseminada. Levando a crer que tudo dependia da cultura e educação.
Parece ser complicado, a questão da polifonia em seus livros.Mas o que acontece são as situações que acabam por subverter as personagens, fazendo com que reflitam e tenham dificuldades para encontrar respostas em suas angústias. E o grande exemplo, ao menos em Memórias do subsolo, é que o homem do subsolo, fala desenvolto e acaba enforcado em suas próprias duvidas.E quanto mais ele vive, mas perdido fica. Pois são tantas incertezas e nenhuma resolução, que a desesperança, vai corroendo como ferrugem.
Livro curto, que recomendamos a todos que precisam refletir em algumas questões mais básicas sobre a vida, como deixar de postar um milhão de vezes no facebook, ou tirar selfies o dia todo.Temos um sol maravilhoso no planeta, uma lua excepcional, parques, estradas, museus, amigos e tantas outras dádivas, que são reais e que podem ser tocadas e experiencias que devem ser vividas.Pensem nisto!
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